sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Mostra de Histórias em Quadrinhos Caiçara na Gibiteca de Santos

Uma das propostas da Gibiteca Municipal “Marcel Rodrigues Paes”, conhecida também como a Gibiteca de Santos, para 2014 é valorizar cada vez mais a produção de quadrinhos e desenhos de humor na região. Assim, o espaço inaugura o ano com o projeto “HQs Caiçara”, uma mostra da produção da Baixada Santista em homenagem ao Dia Nacional do Quadrinho, comemorado em 30 de janeiro.
Além de mostrar o talento de quem faz quadrinhos e desenhos de humor no litoral de São Paulo, a ideia é fazer a mostra viajar para outras regiões e até outros países. Um dos objetivos é levar a exposição para Amadora, em Portugal, cidade que já é parceira da Gibiteca.
Os artistas que quiserem participar têm até o dia 20 de janeiro para enviar seus trabalhos para a Gibiteca. São necessárias uma foto de divulgação do autor, um pequeno currículo com no máximo cinco linhas e um arquivo final da página com o trabalho em formato jpg ou tiff em alta resolução.
Também é importante anexar as seguintes informações: nome do autor, se a arte é feita em conjunto com outros autores e quem fez o quê, o título, o ano do trabalho, telefone e email para contato.
Os organizadores salientam que a arte não precisa ser inédita e deve ser enviada para o email gibiteca@santos.sp.gov.br. Mais informações no telefone (13) 32881300.
Via: Impulso HQ

Noelle Stevenson e as mulheres nas Histórias em Quadrinhos


A ideia inicial para este texto era falar sobre a The Hawkeye Initiative (THI), que é um site que contesta de maneira bem humorada a maneira que as mulheres são retratadas nos quadrinhos. O site, que completou um ano neste mês, tem como objetivo mostrar como as mulheres são frequentemente desenhadas em poses sensuais absurdas e até ridículas, sem falar nas roupas curtas exageradas.
Para provar o argumento, a ideia é colocar o super-herói Gavião Arqueiro (Hawkeye), da Marvel Comics, nas mesmas poses e situações que suas “colegas de HQ”. Os resultados são bem curiosos e engraçados.

A iniciativa foi um sucesso, repercutiu muito e várias pessoas enviaram suas contribuições ao longo deste ano. Porém, estranhei que o número de postagens no site baixou muito nos últimos meses. Quando fui procurar mais sobre uma das idealizadoras do projeto, Noelle Stevenson, descobri o que deve ser o motivo para isso: a webcomic “Nimona”.
Possivelmente muitos de vocês já conhecem, afinal Noelle iniciou a série quase que paralelamente ao “THI”, em dezembro de 2012, mas para mim foi uma das descobertas recentes mais prazerosas que tive neste mundo dos quadrinhos.
Ambos os projetos tem uma forte relação, uma vez que Nimona tem tudo o que a autora gostaria de ver mais nos quadrinhos: uma mulher (no caso uma adolescente) desprendida com sua aparência, de personalidade forte e humor sarcástico – isso sem mencionar o seu poder de transmutação.
Nimona: Ação, violência, drama e humor
O melhor comentário que li sobre a personalidade de Nimona foi: “ela é uma Mística com uma dose generosa de Wolverine”. Claro que dizer apenas isso é muito raso, mas quem vier a ler vai ver que tem muito sentido.

Nimona é uma jovem impulsiva que consegue se transmutar em qualquer pessoa ou animal existente, e que almeja se tornar uma supervilã. Sua personalidade forte e seu humor sarcástico convencem o renomado supervilão Ballister Blackheart a aceitá-la como sua parceira na “vilania”. A história se passa em uma época indeterminada, que mistura aspectos medievais e magia (armaduras, castelos e dragões) com tecnologia de ponta (armas laser) e coisas do nosso cotidiano (telejornal, filmes de terror e pizza).
Blackheart, um vilão que estava com a “reputação em baixa”, logo ganha os noticiários na primeira missão com a nova parceira, que matou dois guardas e explodiu um laboratório. Apesar de ser um vilão, Blackheart é contra assassinatos e sua luta é contra a “Instituição” (uma espécie de “governo” do lugar), que tem como representante o “herói” das longas madeixas loiras, Ambrosius Goldenloin.
Na medida em que a história evolui, fica difícil dizer quem são de fato os bandidos, e o humor tão latente no começo da história dá lugar a um crescente drama envolvendo o trio principal Nimona, Blackheart e Goldenloin. Quem não perde o humor nunca é Noelle Stevenson, que nos diverte nos comentários feitos em cada nova postagem.
“Nimona” é atualizada todas as terças e quintas, e já está em seu 10º capítulo. A série já recebeu o prêmio de Melhor Webcomic de 2012 pela Cartoonist Studio Prize, e uma indicação na mesma categoria no Harvey Award. No início deste ano a editora HarperCollins garantiu os direitos da obra e, segundo o site da webcomic, deve publicar a história no início de 2015.
Infelizmente não encontrei nenhum site que tenha traduzido a história para português, e agora que a webcomic já está com os direitos adquiridos para publicação, talvez seja mais difícil que isso aconteça. Segundo a autora escreveu em seu site, Nimona está em sua reta final, e deve ter a história concluída em no máximo seis meses. Se for lançado no Brasil, com certeza é uma grande personagem que vem com tudo para figurar em muitas prateleiras por aí!
Sobre a The Hawkeye Initiative
Algumas pessoas podem estar se perguntado, “mas por que logo o Gavião Arqueiro” e não qualquer outro super-herói para ser o bode expiatório? Tudo começou quando um ilustrador (autointitulado “Blue”) postou em seu tumblr o desenho original de uma capa com o Gavião Arqueiro e a Viúva Negra, e depois sua própria versão com as posições invertidas. A partir daí, “Blue” e Noele Stevenson lançaram o desafio para rede e a brincadeira se tornou um viral.

No fim das contas, as ilustrações foram além do Gavião Arqueiro, e viraram retratos dos mais variados de homens nas posições de várias cenas com personagens femininas.
Noelle Stevenson
Conhecida também como Gingerhaze, que dá o nome ao site onde “Nimona” é publicada, Noelle Stevenson tem 21 anos e é recém-formada em artes pelo Maryland Institute College of Art. Stevenson já contou em uma entrevista que não esperava que sua webcomic se tornasse um sucesso, e muito menos que fosse publicada por uma editora.
A estudante recém-graduada também contou que queria ser escritora, e até mesmo ilustradora, mas não tinha planos de escrever HQs. Só no segundo ano no Instituto de Arte de Maryland, quando teve aulas para fazer histórias em quadrinhos, foi que ela descobriu que poderia ser interessante partir para essa área. E o resultado ta aí! Sinceramente espero que ela mantenha o pique!
Via Impulso HQ