Foi lançada no último dia 17 de maio (terça-feira), dentro da Programação Nacional da Semana dos Museus em Nísia Floresta, a Exposição itinerante sobre A REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NOS QUADRINHOS BRASILEIROS, que conta com a curadoria do Cartunista e Historiador, Beto Potyguara. A exposição permanecerá aberta ao público até 7 de junho.
O material faz parte do acervo do Núcleo de Museologia Social da Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural (RPTV) – um projeto da iniciativa da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC) e da ONG Centro de Documentação e Comunicação Popular (CECOP) – e que já vem percorrendo vários municípios do Estado desde 2015.
Recentemente, entre abril e maio deste ano, ela já esteve no Centro Cultural e Biblioteca Escolar da Zona Norte de Natal, e, agora, desembarca para uma curta estadia no Museu Nísia Floresta.
Raimundo Melo fez as honras, em nome do Museu e da RPTV, na abertura da Exposição que contou com uma belíssima performance do Trio Mopebú. A abertura do evento foi abrilhantada com a apresentação do Trio Mopebú do Munícipio de S. José de Mipibú, que na oportunidade fizeram releituras de músicas contemporâneas em versões instrumentais.
A Mostra vem contribuir para a discussão acerca de como os indígenas vem sendo perpetuados no imaginário popular por meio dos gibis e de outras mídias. E contempla cerca de 40 títulos, entre tirinhas, histórias em quadrinhos (HQs) e material produzido exclusivamente para a internet, onde há a predominância de estereótipos, muitos dos quais pejorativos, que reforçam a discriminação e o preconceito existentes na sociedade. Segundo Beto, isso se deve em grande parte ao fato dessas versões serem de autoria de artistas de outras etnias, que não a indígena, e que por mais bem-intencionados que estejam, muitas vezes perpetuam uma história contada sempre pelo mesmo ponto de vista – o homem branco
“civilizado”.
São pouquíssimas as exceções que conseguem fugir a este lugar comum. O pesquisador destaca a obra “As aventuras do indiozinho Bretã”, como uma promissora aposta para a quebra desse paradigma, pois os roteiros foram retirados de histórias reais contadas por crianças indígenas de um aldeamento em Santa Maria (RS), além da mesma possuir um texto
bilíngue – português e kaingang.
Ao propor uma análise crítica de como foi produzida essa representação nas HQs brasileiras nos últimos 130 anos, a Mostra torna-se um importante fio condutor para a reflexão e discussão pertinente e contextualizada do tema, não apenas em sala de aula, mas em todos os
espaços possíveis e imagináveis.
Nesse sentido, além de visitas guiadas e rodas de conversas, comuns a está ação, a Exposição também propiciou o debate sobre as possibilidades da utilização das artes gráficas em sala de aula e de como inserir a questão indígena nas práticas educativas.
Professores de Nísia que participaram da Formação no Turno Matutino.
No dia 19, a exposição foi utilizada como parte do processo da formação pedagógica dos professores da Rede Municipal de Ensino de Nísia Floresta, visando a implementação da Lei nº 11.645/2008. A formação foi ministrada pelo curador da Mostra, que também é educador,
consolidando assim, a importância de ações dessa natureza, advindas do projeto Escola nos Museus – desenvolvido entre a SEEC e o Museu Nísia Floresta.
A REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NOS QUADRINHOS BRASILEIROS integra o circuito cultural iniciado pela parceria entre a Biblioteca da Zona Norte de Natal e o Museu Nísia Floresta que estarão promovendo o intercâmbio de suas exposições durante todo o ano de 2016. E que muito em breve, deve ser estendido aos municípios de Currais Novos e de Assú.
Serviço:
Exposição: A Representação Indígena nos Quadrinhos Brasileiros
Período: de 17 de maio a 7 de junho de 2016
Horário: terça a quinta, das 8h às 11h, e das 13h30m às 17h.
Local: MUSEU NÍSIA FLORESTA, Praca Coronel José de Araújo, 135, Centro, Nísia Floresta/RN.
Acesso: gratuito.
Informações: (84) 98762-2916/ 99950-4984
Classificação indicativa: livre
POSTAGEM PUBLICADA ORIGINALMENTE PELA RPTV - 27.05.2016.